Um documento publicado hoje pelo WikiLeaks revela que empresários brasileiros pressionaram o governo americano para entrar na iniciativa Hope II.
A empresa Coteminas, do ex-vice-presidente José Alencar, liderou o pedido.
A Hope II é a continuação da Lei Hope, ou Oportunidade Hemisférica Haitiana (Opportunity through Partnership Encouragement), aprovada em 2007 pelo governo dos Estados Unidos.
A lei criou “zonas francas” para a produção de têxteis, chapéus e pijamas no Haiti.
Os bens podem ser exportados aos EUA livres de impostos.
O pedido para a inclusão de empresas brasileiras foi feito por Josué Gomes da Silva, presidente da Coteminas, dona da marca Santista, ao ex-embaixador americano Clifford Sobel, em 29 de junho de 2009
Josué Gomes, filho de José Alencar, é coordenador do Fórum de CEOs Brasil-Estados Unidos, uma iniciativa dos ex-presidentes Bush e Lula para estimular o fluxo comercial entre os dois países através de parceria com os governos. CEOs de diversas empresas e representantes governamentais participam do fórum.
“Gomes da Silva pediu urgência no progresso no requerimento do governo americano para participação brasileira no Hope II como uma maneira de impulsionar o desenvolvimento no Haiti”, descreveu Sobel em um telegrama, afirmando que levaria o pedido ao governo americano.
Em 17 de setembro de 2009, o Brasil ratificou com os Estados Unidos um plano para o estabelecimento de fábricas brasileiras no Haiti, sob os termos da lei Hope.
A iniciativa permite a exportação dos bens produzidos para os dois países – sem pagar impostos.
ONGs haitianas denunciam que as empresas estrangeiras que fazem parte do Hope lucram em dobro, pois o preço da mão-de-obra no Haiti já é bem inferior aos demais países.
Se o Haiti ainda tem um pingo de esperança de sair daquele buraco sem fundo, onde parece um país amaldiçoado por alguma entidade sobrenatural em que nada dá certo, e quando algo começa a funcionar ocorre uma catástrofe, isso se deve a Minustah em especial as tropas brasileiras. Se estas tropas se retirarem do país o colapso total será questão de poucos meses.
Industrializar o país seria interessante. Não há no Haiti uma mínima capacidade de nascer uma indústria 100% haitiana, portanto, que os Brasileiros a levem. Com incentivos da Zona Franca, um mercado eles já tem e serão competitivos. Com a geração de empregos, um mercado interno se formará. Não vejo mal algum nisso. E como as indústrias são privadas, lógico que o objetivo é o lucro. Não tem almoço grátis.
Ou O Brasil faz isso ou retira seus soldados de lá e abandona aquele canto esquecido por Deus a própria morte.
Lula talvez seja um dos homens mais ricos do país. Qual a importância da presença do EB no Haiti, a não ser fazer o serviço de aplacamento das tensões daquele país, ora mordendo outra assoprando, em função dos interesses dos EUA na região?
A coteminas e’ do ex-vice presidente jose alencar.
opa! Yuri, muito bem lembrado. Brigada!
Esse envolvimento do Brasil com o Haiti me parece cada vez mais sujo. Vergonha. Valeu wikileaks.