Este post é pra esclarecer, mais uma vez, que o site de nome WikiLeaks Brasil, que ontem vazou o inquérito da Operação Satiagraha, não tem nenhuma relação com o WikiLeaks de Julian Assange, comigo, ou com a Carta Capital.
Os documentos foram postados no site por critérios do grupo de pessoas – anônimas – que o tocam e jamais foram checados ou revistados por mim ou pela equipe do WikiLeaks oficial.
Além disso, o grupo do WikiLeaks Brasil não tem nenhum contato com Julian Assange e sua equipe, embora usem o nome da organização com a qual colaboro.
Natália,
O PHA escreveu um artigo parte coerente, parte sem sentido sobre o Wikileaks.
A parte que faz todo o sentido é a que O Globo e a Folha boicotaram o Wikileaks (e o que mais se poderia esperar do PIG?).
A parte confusa é (pricipalmente) a final:
“O Conversa Afiada não tem medo do Daniel Dantas. Tem medo do Assange. Em nome das mulheres navegantes que visitam esse ansioso blog. (Em tempo: o Conversa Afiada compartilha de muitas das apreensões que o inglês The Guardian e o americano New York Times passaram a ter, depois que receberam o primeiro material do Assange.)”
Quando ele diz que:
“O WikiLeaks do Brasil – sabe-se lá o que vem a ser isso – divulgou documentos da Operação Satiagraha. (…) Para o Conversa Afiada, a origem da informação na internet é irrelevante. Poderia ser o zédascouves.com.br. Desde que as informações fossem verdadeiras. Como são.”
Creio que ele “força a amizade”, fazendo pouco da fonte e tentando valorizar o conteúdo. Obviamente, um vazamento do Wikileaks tem muito mais notoriedade, pois, a organização tem uma história por trás.
Não quero, pelo amor de deus, desvalorizar o mérito dos vazamentos brasileiros; como já disse, são inéditos e valiosíssimos.
E talvez, quem sabe, há realmente descontentes aqui no Brasil que resolveram fazer pelo o Wikileaks o que ele talvez devesse ter feito desde o início.
Aliás, não entendo isso: por que diabos o Wikileaks foi escolher logo o PIG para divulgar seus vazamentos. Eu disse divulgar? queria dizer “distorcer” ou “boicotar”.
Mas, agora, que o Wikileaks já sabe que foi boicotado, será que não vai tomar providência nenhma, tal como, mudar de veículo?
Você sabe algo sobre isso, Natália?
A propósito, o artigo do Conversa Afiada: http://bit.ly/eU6i68
Caro Rogério,
Não me consta que o Globo nem a Folha tenham boicotado o WikiLeaks.
Obrigada pelo comentário!
Abraço,
Natalia
Então você não leu o artigo do PHA no Conversa Afiada, ele exemplifica bem:
“No Brasil, as revelações do WikiLeaks foram monopólio do PiG (*).
Só a Folha (**) e o Globo tiveram acesso às primeiras informações.
(Embora, o William Bonner tenha tentado desqualificar o que chamou de “uaiquiliques”, depois que Johnbim entrou na roda.)
A Folha, por exemplo, escondeu que o serrista Nelson Johnbim tinha ido ao embaixador americano para
1)apoiar a crítica do embaixador à política externa do país a que servia – ou seja, desempenhou papel que lá em Marechal se chama de traíra;
2)falou mal de um colega de ministério, o Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, que vai entrar para a História do Brasil numa página mais edificante que a dele.;
3)revelou um segredo que o presidente Nunca Dante lhe tinha contado: que Evo Morales, presidente da Bolívia, tinha um tumor na cabeça.
Isso, a Folha escondeu.
A Folha, dessa forma, fraudou o WikiLeaks.
Ou seja, para este Conversa Afiada, o WikiLeaks no Brasil é um Viagra vendido na Feira de São Joaquim, em Salvador.
A entrevista que os jornalistas brasileiros fizeram com o Assange foi tão útil quanto entrevista o Fernando Henrique Cardoso.
Assange no Brasil é um problema.
Como é para a Justiça da Suécia, onde seu líder é acusado de assédio sexual.”
Oi Rogério,
Li o texto, mas não acho que o fato da Folha e Globo terem dado a sua visão e a sua versão para os documentos sobre Nelson Jobim qualifica “boicote ao WikiLeaks”. Os veículos têm direito de escrever o que quiserem, assim como o próprio Conversa Afiada, que aceitou ser parceiro na nova fase de divulgação dos documentos do WikiLeaks mesmo tendo suas críticas, como está claro no texto.
Um abraço,
Natalia Viana
Já entendi tudo, obrigado pelo espaço.
O conteúdo do vazamento é inédito, fantástico. Dá pra ver quem é quem por trś dos panos. Quando que isso aconteceu assim no Brasil?
Discordo, carlos. Se esse pessoal quer fazer algo sério, que busquem um outro nome. Fazer-se passar por algo que não é não ajuda em nada em passar confiança às pessoas que já vêem esse assunto com muita suspeição.
O correto, no meu ver, seria eles utilizarem um nome diferente, mas que remetesse à proposta do Wikileaks. Igual foi feito pelo Openleaks.
Natalia, isso é muito ruim, muito ruim mesmo. Restam pouquíssimas dúvidas que esse grupo é do mal e está usando o nome Wikileaks só para confundir o público. Inclusive, o vazamento dos arquivos pode não passar de uma cortina de fumaça para ganhar credibilidade e divulgação.
Haja visto toda sujeira e imundíce dessas últimas eleições, que até agora, passaram impunimente como se nem tivesse havido, não duvido nada que a direita xiita esteja por trás disso.
Não culpo as pessoas de quererem agir anônimas no Brasil, devido à perseguição que fartamente vemos acontecer no Brasil. Porém, se as intenções desse grupo fossem boas, por que usar o nome Wikileaks? E, se querem usar o nome, por que não trabalhar em cooperação com o Wikileaks original?
A propósito, embora o PHA tenha publicado o seu e-mail esclarecendo o problema, em um post às 7h30 de 9/1/20011, e um post posterior, às 9h01 do mesmo dia, ele volta a fazer duas chamadas sem o cuidado de qualquer ressalva, veja:
http://bit.ly/gpaU3W
Clique aqui para ler “WikiLeaks vaza Satiagraha e pega advogado de Dantas (Mirza) com a mão na botija”.
Clique aqui para ler “Wikileaks sobre a Satiagraha incenta Dilma: ela sabia onde estava a “sacanagem”.
Mostre os “indícios” que lhe faz concluir isso Rogério, no mais deixe os caras quietos, se forem enganadores irão cair.
Felipe, todo esse jogo resume-se puramente à política. E a todo tempo, joga-se com a opinião pública. Para que as “forças democráticas” saiam vencedoras, é indispensável ganhar a opinião pública. Os principais instrumentos para se fazer isso são confiança e credibilidade. Qualquer um que trabalha com comunicação (jornalistas, profissionais de marketing ou vendas) sabe disso. Agora eu pergunto, que tipo de mensagem passa um grupo que se dá a entender que é filiado a um outro grupo, mas, que não tem nada a ver com ele ou com os procedimentos deste grupo? Minha percepão é de que, se essas pessoas do Wikileaks Brasil forem sérias, são amadores e não entendem nada do que realmente se trata esse jogo. O problema de deixar “os enganadores cairem” é que o futuro da democracia no Brasil está em jogo, só isso…
Não precisa ser formado em nada para saber que credibilidade e confiança são necessárias para se atingir objetivos, mas o próprio grupo WikiLeaks Brasil deixa bem claro que não tem nenhuma ligação com o WikiLeaks.org e Assange. De resto é opinião pessoal sua, não me cabe avaliar.
Se eles quisessem deixar “bem claro que não tem nenhuma ligação com o WikiLeaks.org e Assange”, teriam escolhido um nome diferente. Pare e pense, por que eles escolheram logo esse nome?
Rogério, você está com uma sanha muito grande pelo fato do projeto em questão usar a palavra ‘WikiLeaks’, acho que nem há registros sobre nome e logo, justamente para que isso ocorra (alguém por favor me corrija caso esteja errado), eles compartilham do mesmo ideal que o projeto original, e até o momento não lembro de ter lido sobre o idealizador do mesmo ter questionado isso, creio que ele tenha incentivado que isso fosse feito, fosse expandido, mais ações fossem tramadas, o que importa é com que intenção está sendo feito, e até o momento não vejo nada que manche o nome do WikiLeaks ou a eles que compartilham desse nome.
Acessei o site Wikileaks Brasil, curioso para conhecer detalhes dos inquéritos da PF sobre a Operação Satiagraha. Embora, como você diz, os site não tenha vinculação com o de Julian Assange, percebo os mesmo propósitos mas destinado as situações internas ao país. Particularmente, não vejo problema nisso se não começarem uma pendenga jurídica pelas idéias e formatos originais o que, sem dúvida, seria ruim para o público internauta.