Livre, enfim

Julian Assange  acaba de deixar a prisão de Wandsworth, onde estava preso há nove dias.

O pessoal do WikiLeaks está muito contente com a libertação – embora as condições sejam duras: ele vai ter que se apresentar todo dia à delegacia, vai ter que obedecer um toque de recolher e ainda tem que usar uma pulseira eletrônica para ser monitorado.

Mas mesmo assim é uma ótima notícia para a equipe a decisão da justiça. “É uma grande vitória política”, disse Gavin MacFadyen, diretor do Center for Investigative Journalism de Londres. Ele corrobora o que outras fontes do Wiki disseram: foi uma derrota para a coroa inglesa a confirmação da sentença. Além de Julian poder ficar solto, a Coroa vai ter que arcar com os custos do processo, que soma milhares de libras.

É que quem recorreu da decisão de libertar Assange não foi o governo sueco, mas a Promotoria da Coroa do Reino Unido – o que soa um pouco estranho, aliás.

Pra poder julgar o recurso, teva que ser formada uma nova audiência na Alta Corte britância, um processo que causou um grande prejuízo aos cofres públicos. Resultado: a Rainha vai ter que pagar.

Ainda antes da libertação, alguns amigos me disseram que ele estava muito pálido na audiência – o que é normal, comentou um deles, porque Julian estava “trancado numa salinha num porão”.

Quando saiu da corte, Julian agradeceu a lisura da justiça britância: “Se a justiça não é sempre o resultado, ela ainda não está morta”.

Agora o pessoal do WikiLeaks está tremendamente feliz e comemorando. Assange está feliz de “respirar o ar puro” e eles devem partir amanhã cedo para uma propriedade no interior da Inglaterra, de onde vão continuar o trabalho de dovulgação do Cablegate. O julgamento do pedido de extradição só vai acontecer no dia 11 de janeiro.

“Agora a coisa é diferente, porque todo mundo sabe onde o Julian vai estar, então vamos poder trabalhar mais abertamente”, diz um colaborador. Assim fica mais fácil defender o propósito do WikiLeaks.

16 Respostas para “Livre, enfim

  1. Caroline Romão

    Olá. Só deixo meu e-mail registrado para receber novidades. Incrível trabalho – parabéns. Caroline

  2. Zé Gaudério

    Vida longa e com plena liberdade para Julian e a todos(as) aqueles(as) que buscam botar luz a obscuridade dos pçodres poderes globais.

  3. Após ver quais são os jornais que colaboram com Wikileaks em nossa Pindorama, não espero mais nada de voces por aqui. Imagino que a senhora esteja muito contente com a qualidade e independecia de Globo e Folha. Wikileaks no Brasil é marrom.

  4. atente para este paragrafo:

    “O primeiro, antigo vice-presidente da Comissão Europeia, é um destacado membro do Grupo Bilderberg, organização de acesso muito restrito, que reúne 130 pessoas muito influentes, de ambito mundial, num evento anual rodeado de segurança e secretismo.”

    Grupo Bildberg… carta capital nunca mencionou nada relativo a este grupo, pesquisem sobre ele no google e sobre os integrantes.

    Mino Carta covardemente deleta(nada responde, apenas deleta) minhas mensagens, espero que voce as deixe aqui para o povo refletir.

  5. O tema Tamiflu envolve poderosos grupos e corporações, um pouco mais de dados:

    Rumfsfeld lucra com gripe das aves

    Em 1988, o médico Michael Riordan e o político e gestor profissional Donald Rumsfeld, fundaram a Gilead Sciences. Durante quatro anos (1997-2001), Rumsfeld presidiu aos destinos da empresa, cargo que abandonou para assumir o posto de secretário da Defesa, em Janeiro de 2001, na primeira administração Bush/Cheney.

    Quando se encontrava na liderança do Pentágono, Rumsfeld mobilizou esforços para que a gripe das aves fosse vista pelos poderes executivo e legislativo como “uma ameaça à segurança nacional”. A tese vingou e também foi bem acolhida pelo Partido Democrata, então na oposição. “Uma pandemia de gripe é real e as suas consequências seriam dramáticas”, pode ler-se num dos seus documentos.

    Em Julho de 2005, o Pentágono, liderado por Rumsfeld, encomendou à Gilead USD 58 milhões de Tamiflu para “tratamento das tropas estacionadas no estrangeiro”. Meses depois, em Novembro, o Congresso aprovou um pacote legislativo para a criação de um fundo de emergência para combate à possível pandemia gripal, no montante de USD 7,1 mil milhões. A lei previa a compra e distribuição de Tamiflu. Valor orçamentado a favor da Roche/Gilead – mil milhões de dólares.

    Naquele ano, segundo a CNN, Rumsfeld declarou às finanças norte-americanas ser detentor de uma carteira de acções com títulos da Gilead. O chefe do Pentágono indicou o respectivo valor entre USD 5 e 25 milhões de dólares.

    No passado dia 27 de Janeiro, a Gilead publicou o relatório e contas relativo a 2008. A receita total ascendeu a USD 5,34 mil milhões, mais 26% comparativamente aos lucros do ano anterior – USD 4,23 mil milhões.

    De acordo com as contas apresentadas o desempenho do Tamiflu foi modesto face aos resultados atingidos no exercício anterior. Em 2008, royalties, contratos e outras receitas ascenderam a USD 251 milhões, menos 49% do que em 2007 (USD 496,9 milhões). A redução durante 2008, em comparação com 2007, deveu-se principalmente aos royalties do Tamiflu, pagos pela Roche – USD 155,5 milhões (2008) contra USD 414,5 milhões (2007).

    “A quebra de royalties do Tamiflu, no quarto trimestre e durante todo o ano de 2008, foi provocada pela redução das vendas da Roche relacionadas com as iniciativas mundiais de combate à pandemia”, refere o relatório.

    Quem é quem na Gilead?

    De acordo com a lista de actuais accionistas e dirigentes da Gilead, com direito a opções de compra de acções da empresa (stock options) a preços abaixo das cotações do mercado, é curioso notar que, em 2009, Donald Rumsfeld não consta da lista fornecida pela empresa ao regulador da bolsa – Securities and Exchange Comission (SEC) – e disponível no site MarketWatch.

    Os lucros de Rumsfeld através das suas participações accionistas na Gilead foram noticiadas em Outubro de 2005, entre outros, pelo jornalista Nelson D. Schwartz, no site da CNN. “Os receios de uma pendemia e as subsequentes disputas sobre o Tamiflu fizeram passar os títulos da Gilead de USD 35 para USD 47 dólares por acção, tornando o chefe do Pentágono – que já é um dos homens mais abastados do governo Bush – ainda mais rico em, pelo menos, um milhão de dólares.”

    Refira-se que, quando Rumsfeld abandonou a presidência da companhia (2001) as acções estavam cotadas a USD 7 dólares. A partir de 2004, os títulos registaram uma apreciação superior a 57%, voltando a subir mais 20% até Novembro. As valorizações correspondem aos meses em que o Pentágono realizou as primeiras compras e à aprovação do fundo de emergência, pelo Congresso.

    Entre os actuais accionistas e directores mais conhecidos da farmacêutica norte-americana destacam-se dois pesos pesados da política global: um belga, Étienne Davignon, e outro americano, George Schultz.

    O primeiro, antigo vice-presidente da Comissão Europeia, é um destacado membro do Grupo Bilderberg, organização de acesso muito restrito, que reúne 130 pessoas muito influentes, a nível mundial, num evento anual rodeado de segurança e secretismo.

    O segundo, desempenhou importantes cargos governamentais em administrações republicanas – Secretário de Estado (Reagan), Secretário do Tesouro e do Trabalho (Nixon) – presidiu aos destinos da poderosa Bechtel Corporation, uma das principais fornecedoras do Pentágono, e foi administrador do grupo financeiro Charles Schwab. A sua ligação à Gilead remonta a 1996.

    De acordo com as últimas informações prestadas à SEC, Davignon e Schultz detém os seguintes cargos e interesses na Gilead:

    ETIENNE DAVIGNON
    Participações Declaradas
    Cargo/Companhia Info/Data Acções Valor
    Director
    Gilead Sciences Inc
    11/18/2008 563250 em : 11/18/2008
    em : 03/06/2009 $25,425,105.00
    $24,788,632.50

    * Acções detidas indirectamente�

    GEORGE SHULTZ
    Participações declaradas
    Cargo/Companhia Info/Data Acções Valor
    Director �
    Gilead Science Inc 07/22/2005 55000 em : 07/22/2005
    em : 03/06/2009 $0.00
    $2,420,550.00

    As ligações de Rumsfeld a Davignon e a Schultz são várias. No caso do primeiro, o ex-secretário da Defesa é um dos membros do Grupo Bilderberg. Relativamente ao segundo, o relacionamento remonta à década de 80.

    Em 1983 e 1984, na qualidade de representante da Bechtel e do governo Reagan, Donald Rumsfeld esteve envolvido nas negociações com Saddam Hussein, em Bagdade, para a construção de um oleoduto e para o rearmamento do Iraque, no auge da guerra contra o Irã.

    Em Washington, Schultz chefiava a diplomacia norte-americana.

    Em 1985, rebentou o escândalo Irangate e Irã-Contras.

    Em 2009, retirado da política, após a sua demissão, há três anos, da liderança do complexo industrial-militar dos EUA, em St. Michaels, Maryland, Rumsfeld gere negócios, relações pessoais e influências.

    MRA Alliance/MRA Dep. Data Mining

    Pedro Varanda de Castro, Consultor

  6. As informções aqui passadas, são relativas a eventos anteriores a ultima onde de vírus, que resultou no maior lucro da Roche na história, pois governos de vários países, incluindo o nosso, compraram milhoes e milhoes de doses do Tamiflu antecipadamente!

  7. Bom dia.
    O Wikilieaks possui dados sobre as seguintes informações(que nennhum orgçao de nossa imprensa teve coragem de investigar):

    O Tamiflu até 1996 era propriedade da Gilead Sciences inc. ,empresa que vendeu a patente aos laboratórios Roche. E na ocasiao o presidente desta empresa era o
    secretário da Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, que até hoje permanece um dos principais accionistas…

    Em 2005, quando começou a se falar da gripe aviária, a Gilead Sciences inc desejou reaver o Tamiflu alegando que a Roche não se esforçava o suficiente para fabricá-lo e comercializá-lo. Ambas as empresas negociaram e constituiram dois comitées, um para coordenar o fabrico mundial do fármaco e decidir a autorização a terceiros para fabricá-lo e outro comitée para a comercialização de vendas estacionais nos mercados mais importantes , inclusive Estados Unidos. Além disso a Roche pagou à Gilead Sciences inc regalias retroactivas no valor de 62,5 milhões de dólares.

    Roche ficou com 90% da produção mundial de anis estrelado, árvore que cresce fundamentalmente na China e que se encontra também em Laos e Malásia , e que faz a base do Tamiflu .

    O cenário estava preparado, bastava agora encontrar pouco a pouco aves “contagiadas” pelo vírus em diferentes países , uma ave aqui, outra acolá. Isso, para criar alarme mundial com ajuda de cientistas e políticos pouco escrupulosos ou de escassa capacidade intelectual e dos grandes meios de comunicação – Que não se caracterizam por investigar o que publicam ou emitem, e na maioria das vezes estao comprometidos com os interesses destas corporações!
    O nome de Donald Rumsfeld aparece ainda unido a uma vacinação massiva contra a suposta gripe do cerdo durante a administração de Gerald Ford na década de 70. Resultando em mais de 50 mortes devido aos efeitos secundários .

    Também a FDA aprovou o aspartame quando Rumsfeld esteve no gabinete de Ronald Reagan , apesar de estudos durante dez anos anteriores não ter apontado dados que validassem o medicamento. E sabe-se agora que aspartame é prejudicial. Detalhe: Rumsfeld foi presidente do laboratório fabricante de aspartame…

    Também esteve envolvido no negócio das vacinas anti anthrax, vacinaram milhares de soldados norte-americanos, e o anthrax nunca foi uma ameaça! Lembram dos alardes anthrax na TV?

    Ainda esteve envolvido na vacinação massiva de soldados com vistide, fármaco que supostamente evitaria os efeitos secundários da vacina contra a viruela.O vistide foi também um produto dos laboratórios Gilead Sciences inc!

    _ O texto original está em espanhol, por José Antonio Campoy, director da revista Dsalud

  8. Por fim, toda essa comédia em torno da prisão do Assange deixa um contundente exemplo a todos os navegantes no oceano digital: O quanto pode custar a alguém ou a um grupo de pessoas, determinadas ousadias. O mar da Internet é pra ser navegado em calmaria, com muito conhecimento na interpretação do mapa marítimo digital e grande destreza no timão. E mar com bons ventos a todos.

    • antonio, voce deve ser o representante da razoabilidade, da pasmaceira passiva, da passividade canalha e cumplice. O cínico bonzinho politicamente correto, e sórdido quando este discurso relativiza crimes hediondos! És bem a cara do Azeredo do PSDB , ávido por criar controles e normas para a internet. Os canalhas da razoabilidade e mantenedores de status quo odeiam ousadias, odeiam a minima marola. Desejo que sejas carregado numa correnteza voraz! Correntezas vorazes e ciclones impiedosos. E tome cuidado, fique quietinho, com bastante medo, pois se eu escuto uma opinião deploravel como a sua, corres o risco de ter seu maxilar fragmentado em vários pedaços num unico golpe.

  9. observatório da imprensa

    “embora as condições sejam duras” óó, muito duras, dane-se o assange. finalmente temos uma definição para liberdade de imprensa que não seja a da grande mídia e a dos marketeiros reclamando que precisam de mais liberdade para manipular a informação.

    • “Mais liberdade para manipular a informação” é o resumo da ópera da imprensa brasileira de modo geral. Aliás, como parecem doces as palavras como liberdade, amor, harmonia, justiça etc. nos anúncios de bancos, grandes corporações e dos políticos! Brasil, um país de ovelhas amansadas e enganadas.

  10. Esse comentário é para dizer que sou o novo leitor diário desse Blog. Parabéns Natália.

  11. É isso aí… no mundo ocidental não há nada que uma boa fiança não resolva.

    Maxsuel Siqueira
    http://maxsuel-siqueira.blogspot.com
    (Freedom Wikileaks).

  12. Vida longa e livre para Julian Assange!!!!

  13. alexandre h. campolina cotta

    se correr, o bicho pega, se ficar, o bicho come.
    excelente a consideração do colaborador, ao final da matéria.
    não entendi o trecho: “Se a justiça não é sempre o resultado, ela ainda não está morta”.
    parabéns e valeu. avante!

  14. É realmente uma ótima notícia a todos nós que estamos acompanhando as notícias a respeito de Assange e lutamos pela liberdade da informação. No entanto, de acordo com o Twitter do WikiLeaks Brasil, os Estados Unidos estão procurando evidências para processar Julian por conspiração e todos nós estamos conscientes que existe a possibilidade delas serem forjadas, nunca se sabe. Ou seja, essa questão ainda não parou por aqui, apesar da boa nova. Vamos torcer para que tudo dê certo.
    Site que fala sobre busca de evidências para o processo: http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1736510

Deixar mensagem para Alejandro Cancelar resposta