Papo com um funcionário americano

Há alguns dias tive um papo bem informal com um integrante da missão americana no Brasil.

Pra minha surpresa, ele não se irritou quando me apresentei, e me recebeu entusiasmadamente. Fora do pequeno círculo do alto escalão dos EUA no Brasil, o meu interlocutor tinha liberdade para ver o vazamento do WikiLeaks “de uma maneira ambígua”, como ele definiu.

“Até agora, não vi nada de tão sério como estão pintando”, disse ele. “Na verdade, acho que os diplomatas têm que entender, afinal, foi aquilo mesmo que eles escreveram. Ficamos muito aborrecidos quando saem mentiras sobre nós, mas tudo aquilo é verdade!”.

Para ele, a coisa mais grave publicada até agora foi o fato de que muitos líderes do Oriente Médio tratam o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad como desafeto, e costumam pedir ajuda aos americanos para minar a sua influência.

O maior impacto dentro da missão americana foi mesmo o trabalho dobrado no final do ano, para atender à demanda dos jornalistas. “É todo dia. Eu acho que deviam parar de atender, deixar a história sair sem comentar mais nada”.

Feliz da vida com o fim do ano de trabalho duro, ele ainda me convidou a visitar os Estados Unidos. “Você vai amar San Francisco!”, garantiu.

6 Respostas para “Papo com um funcionário americano

  1. Claro que vc vai adorar SF. Nasceu lá Democracy Now! como rádio… Há muito espaço para uma Amy Goodman nacional, e aqui em casa teríamos muito prazer em contribuir mensalmente para isso! Muito melhor que pagar para Net… Que retransmite a FOX de graça…

  2. reinaldo bordon carletti

    que forma sutil de corrompe-la! tenha cuidado, o bicho é venenoso.
    reinaldo carletti

  3. Gostaria de denunciar esse site que está se utilizando do suporte que o nome Wikileaks pode lhe dar para criar fatos.
    http://wikileaks-brasil.blogspot.com/2010/11/democracia-hackeada-como-o-pt-fraudou.html?spref=tw
    Se alguém ligado ao wikileaks puder tomar alguma providência seria ótimo.

  4. lúcio asfora

    É um alívio saber que há vida também naquela Embaixada. Estava passando da hora de dar uma relaxada e começar a tratar com seriedade as relações entre os dois países. O Brasil mudou e os brasileiros também, inclusive no trato com a imprensa. Se o presidente Obama estiver interessado, pode aproveitar o convite a Natália e chamar a nossa ministra-chefe da Secom, que trouxe para o cargo novidades para lidar com a mídia…

  5. Então está tudo ótimo lá pros lados do States!
    Só me pergunto do porquê das autoridades norte-americanas estarem buscando meios de incriminar o Julien Assange pelo crime de conspiração.
    Será que a prezada jornalista não foi atendida pelo ascensorista que trabalha na representação norte-americana?

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